sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TEMOS TODO O DIREITO. SERÁ?!



"Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: 'Venha agora e sente-se para comer'? Ao contrário, não dirá: 'Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber'? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever' ". Lucas 17.7-10


Nossos dias têm sido marcados pela busca frenética da gratificação imediata. Mas para um número maior ainda de pessoas, é pela gratificação antecipada. Querem a alegria e o prazer do sexo antes do casamento. O sucesso profissional e financeiro antes de estudarem e se tornarem aptos para o mercado de trabalho. E, quando seus planos não saem conforme o que almejou a consequência é o desespero e consequentemente o sentimento de que foi injustiçado. A esse comportamento social os teóricos contemporâneos têm denominado de pós-modernidade.

Dessa forma, instituem-se meios de compensações meritórios. Logo, quem faz mais, ganha mais. O problema, é que atualmente, nos deixamos absorver de tal maneira por esses conceitos que transportamos para a vida cristã os mesmos, e então queremos relacionarmo-nos com Deus da mesma maneira, resultando assim em esquisitices teológicas, com dizeres bizarros do tipo: “eu determino”, “eu reivindico”, “eu tenho direito”, “tenha fé, vamos desafiar a Deus”... e ideias tão ou mais insanas como essas.

Mas, uma coisa é fato. Deus é Deus. Senhor soberano e absoluto que tudo faz conforme agrada única e exclusivamente a Ele. Ele, em sua infinita misericórdia, nos concede a alegria de servi-lo e de sermos vasos úteis em suas mãos e sua obra. Entretanto, Ele não troca, não negocia e não divide a sua gloria com ninguém.

No texto citado acima, Jesus nos chama à razão. Coloca Deus no lugar que lhe é devido e a mim e a cada um de nós em nosso devido lugar. Ou seja, servos. E faz isso de maneira que ninguém pode alegar ignorância. Fazendo uso da figura de um patrão e um empregado, que aos olhos de Deus, que não faz acepção de pessoas, são iguais, ressalta: Qual patrão que contrata um funcionário, paga seu salário, deposita corretamente seu FGTS e demais encargos trabalhistas, cumpre toda a legislação vigente relativa à contratação CLT, que diz ao funcionário: descanse, venha comer comigo em minha mesa, fique aqui em meu escritório ao frescor do meu ar-condicionado, pois você, coitadinho me é tão prestativo? A resposta, salvo raras, mas muito raríssimas exceções.

Por isso, quando lograrmos êxito em nossa caminhada cristã e pudermos ser reconhecidos como aqueles que são: Firmes, Constantes, Sempre abundantes na obra do Senhor, em lugar de nos gabarmos e ficarmos ensoberbados, achando que temos crédito para exigir alguma coisa de Deus, além daquilo que Ele já nos tem concedido pela sua graça, devemos lamentar e sentirmo-nos os mais miseráveis dos seres humanos dizendo: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever'.

Em Cristo,
Pr. Paulo de Oliveira Junior

Nenhum comentário: