quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ROLE-SE SOBRE O SENHOR E DESCANSE



No ano de 1968, o compositor Geraldo Vandré, por ocasião do III Festival Internacional da Canção compôs a música intitulada “Pra não Dizer que não Falei das Flores”. Esta ganhou o nome popular de "Caminhando e cantando". Tal composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante o governo militar, e por isso mesmo foi censurada, principalmente pelo seu refrão que é um convite à tomada de decisão e ao posicionamento de enfrentamento aos ditadores: "Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer". O governo militar passou, mas a voz de “comando” do Geraldo ainda ecoa em nossas mentes e servem de argumento para justificar nossos ativismos. Todos os dias somos desafiados a chamarmos a responsabilidade para nós mesmos e fazermos o máximo possível para sermos “ativos” e “atuantes”.
Mas, como crentes em Jesus, nossa voz de comando é outra. É o próprio Deus, através da Bíblia que nos comanda, pois “O nosso general é Cristo”. E por isso é interessante observarmos alguns dos verbos usados pelo salmista no intuito de nos fazer aptos a tão glorioso exercito. Mas, antes é importante uma breve definição do que é verbo: Verbo é uma palavra com origem no termo em Latim "verbum", que significa "palavra". Na Gramática da Língua Portuguesa, designa a classe de palavras que indicam ação, uma situação ou mudança de estado.
Assim sendo, destacamos do Salmos 37.3-7, alguns verbos que realmente nos desafiam: “Confie no SENHOR e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Deleite-se no SENHOR, e ele atenderá aos desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao SENHOR; confie nele, e ele agirá: Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente. Descanse no SENHOR e aguarde por ele com paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal”.
Quando o salmista nos ordena, confie no Senhor, ele está nos dizendo para sermos audazes e corrermos em busca de refugio e proteção que somente Deus nos pode proporcionar. Refere-se ao estado de estar confiante, seguro e sem temor, sentindo que estamos sendo protegidos.
Uma vez que estejamos nesse estado, devemos empreender, como uma obrigação moral e levar a cabo o propósito de fazer o bem. Mas não por imposição, nem com aspereza, mas como resposta ao fato de estar seguro. Esse é o sentido de deleitarmo-nos no Senhor. A ideia da palavra no hebraico é “responder” com maciez e flexibilidade fazendo o bem como uma espécie de “passa tempo”.
Em contraste à “sabedoria popular” de que quem sabe faz, o salmista nos orienta a entregar. A palavra usada é gālal e significa mover um objeto por meio de movimento rotatório afastando-se de algum ponto e indo na direção de alguma coisa ou para baixo. A ideia é rolar pedras rolantes. Esse verbo é usado para indicar o rolar-se sobre o Senhor.
A ideia de rolarmo-nos como pedras rolantes ladeira abaixo pode ser desesperadora pois, a ideia imediata é: onde vamos parar? Como vamos parar? Em que estado vou parar?, mas o salmista imediatamente na sequência nos ordena a descansar no Senhor e esperar com paciência, sem ficarmos aborrecidos com o sucesso dos que parecem que sabem fazer a hora, sem esperar.
Os dias são maus e difíceis. Cada um de nós tem passado por lutas difíceis e cruéis. Mas, creia: o Senhor tem e vai continuar a livrar os seus servos, se lhe formos fieis.
Portanto, convido a cada um: “Vem, vamos embora porque já sabemos o que fazer”. Assim, nos cabe partirmos para as seguintes ações efetivas: Confiar e Fazer o bem; Deleitarmo-nos; Entregar; Confiar (novamente); Descansar; Aguardar; Não ficar aborrecido.
É fácil? Sozinhos, com certeza não! Por isso Jesus nos convida: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mateus 11.28-30

Em cristo,
Pr. Paulo de Oliveira Junior

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TEMOS TODO O DIREITO. SERÁ?!



"Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: 'Venha agora e sente-se para comer'? Ao contrário, não dirá: 'Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber'? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever' ". Lucas 17.7-10


Nossos dias têm sido marcados pela busca frenética da gratificação imediata. Mas para um número maior ainda de pessoas, é pela gratificação antecipada. Querem a alegria e o prazer do sexo antes do casamento. O sucesso profissional e financeiro antes de estudarem e se tornarem aptos para o mercado de trabalho. E, quando seus planos não saem conforme o que almejou a consequência é o desespero e consequentemente o sentimento de que foi injustiçado. A esse comportamento social os teóricos contemporâneos têm denominado de pós-modernidade.

Dessa forma, instituem-se meios de compensações meritórios. Logo, quem faz mais, ganha mais. O problema, é que atualmente, nos deixamos absorver de tal maneira por esses conceitos que transportamos para a vida cristã os mesmos, e então queremos relacionarmo-nos com Deus da mesma maneira, resultando assim em esquisitices teológicas, com dizeres bizarros do tipo: “eu determino”, “eu reivindico”, “eu tenho direito”, “tenha fé, vamos desafiar a Deus”... e ideias tão ou mais insanas como essas.

Mas, uma coisa é fato. Deus é Deus. Senhor soberano e absoluto que tudo faz conforme agrada única e exclusivamente a Ele. Ele, em sua infinita misericórdia, nos concede a alegria de servi-lo e de sermos vasos úteis em suas mãos e sua obra. Entretanto, Ele não troca, não negocia e não divide a sua gloria com ninguém.

No texto citado acima, Jesus nos chama à razão. Coloca Deus no lugar que lhe é devido e a mim e a cada um de nós em nosso devido lugar. Ou seja, servos. E faz isso de maneira que ninguém pode alegar ignorância. Fazendo uso da figura de um patrão e um empregado, que aos olhos de Deus, que não faz acepção de pessoas, são iguais, ressalta: Qual patrão que contrata um funcionário, paga seu salário, deposita corretamente seu FGTS e demais encargos trabalhistas, cumpre toda a legislação vigente relativa à contratação CLT, que diz ao funcionário: descanse, venha comer comigo em minha mesa, fique aqui em meu escritório ao frescor do meu ar-condicionado, pois você, coitadinho me é tão prestativo? A resposta, salvo raras, mas muito raríssimas exceções.

Por isso, quando lograrmos êxito em nossa caminhada cristã e pudermos ser reconhecidos como aqueles que são: Firmes, Constantes, Sempre abundantes na obra do Senhor, em lugar de nos gabarmos e ficarmos ensoberbados, achando que temos crédito para exigir alguma coisa de Deus, além daquilo que Ele já nos tem concedido pela sua graça, devemos lamentar e sentirmo-nos os mais miseráveis dos seres humanos dizendo: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever'.

Em Cristo,
Pr. Paulo de Oliveira Junior

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DEUS QUER CUIDAR DE TI!


Salmos 14.2,3 e 7; 11.7 (a mensagem)
“Do céu, o Eterno põe a cabeça para fora. E olha em redor. Procura alguém que não seja tolo – um único homem que deposite sua esperança em Deus; uma única mulher disposta a seguir a Deus. Mas Ele volta de mãos vazias: não encontrou ninguém. Desorientadas, sem ter quem as pastoreie, as ovelhas se revezam no papel de pastor. Noventa e nove delas seguem sua companheira. Existe alguém aqui que possa (nos) salvar? Sim, Deus está aqui: o Eterno transforma a vida. Jacó, restaurado, cantará de alegria; Israel, restaurado, cantará e exultará.
O negocio de Deus é consertar as coisas: seu prazer é endireitar linhas tortas – É nos endireitar. E, uma vez em pé, poderemos olhar para Ele – olho no olho”.

Em nosso dia a dia ficamos frenéticos “correndo atrás do prejuízo”, como diz o adágio popular. E, nessa saga, ficamos empenhados em resolver o urgente em detrimento do que é realmente importante. O resultado é que acabamos ensimesmados e não cumprimos o propósito para o qual fomos criados: Viver para a honra e glória de Deus.
Mas Deus é perseverante. Ele está do céu a procura de alguém: seja homem ou mulher, jovem ou adolescente, criança ou idoso... qualquer um, que ao invés de ficar cuidando de resolver sua própria vida, descanse e fique tranquilo, depositando sua esperança unicamente na pessoa e senhorio de Deus.
Atualmente há um dito popular, estampado nas placas de caminhões e para-brisas de carros que nos lembra: “Deus deu uma vida para cada um, para que cada um possa cuidar da sua”. Infelizmente, quando ficamos envoltos com nossa própria vida somos fadados ao fracasso. E não somente nós, mas também os que nos cercam. Daí, a observação do salmista: ficamos desorientados e seguimos pessoas tão desorientadas quanto nós mesmos.
Consequência; a instalação do caos e do desespero. Famílias desestruturadas, vícios que matam e definham a pessoa e a sociedade, sentimento de inutilidade, decepção... E, tome síndromes. Síndromes para todos os tipos.
No meio desse “inferno”, a garganta aperta, o coração acelera e, quando estamos a explodir gritamos: Será que existe alguém que possa nos salvar? A resposta, graças a Deus é um estrondoso e escandaloso SIM. Sim, existe um alguém. Esse alguém é o próprio Deus. Ele é Espírito Pessoal, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e dirige tudo.

Ele é o único que pode: 
1.   Transformar nossas vidas
Não importa como estejamos. Não importa o quanto eu ou você tenhamos pecado e desagradado a esse Deus, Ele pode reverter a situação. 
2.   Converter nosso choro em alegria
O pecado deixa Deus triste. E, Deus triste nos deixa em nossos delitos e pecados. A consequências, para nós e para o próximo, são desastrosas. O que nos leva ao choro e ao desespero. 
3.   Consertar as coisas
Um abismo chama outro abismo. Somente Deus, é o único capaz de consertar aquilo que arrasa nossas vidas. Em todos os aspectos: físico, moral, social e espiritual. 
4.   Nos endireitar
Dizem que “pau que nasce torno, morre torto”. Mas, Deus pode fazer o impossível acontecer. Afinal, essa é sua especialidade. Ele, e somente Ele, pode fazer com que sejamos direitos, pois é especialista em endireitar gente que “não presa”. 
5.   Restaurar nossa dignidade
Todos nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Mas, o pecado nos corrompeu e denegriu. Por isso, não há remédio. Em lugar de sermos o que fomos criados para ser, seres especiais e de posição elevada, somos seres desorientados, corruptos e corruptores. Perdemos nosso valor e nossa dignidade. E por isso somos declaradamente, inimigos de Deus. Somente Deus, através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz é que pode restaurar nossa sorte, nos fazer novamente amigos de Deus e nos habilitar a nos apresentarmos diante Dele, olho no olho.

Não se desespere. Não se entregue. Tão somente creia. Existe sim um Deus, e Ele quer cuidar de ti!

Em Cristo,

Pr. Paulo de Oliveira Junior

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Família – Sonho de Deus

Família – Sonho de Deus

Por: Paulo de Oliveira Junior – 02 de julho de 2012

No contexto social em que vivemos na atualidade a cultura pós-moderna tem tentado redefinir o que até então se entendia por família “normal” – constituída de pai, mãe e filhos. Tal concepção hoje é tida não como a caracterização de uma família, mas sim como uma das opções de ser família.

Tal concepção tem desprezado o padrão divino de constituição familiar e primado pela constituição baseada não mais no que Deus idealizou para o relacionamento familiar mas sim, na frenética inversão de valores em que os direitos humanos, a busca pela realização pessoal e sua utilidade em nível individual e social, tem sido seu verdadeiro objetivo.

A despeito de as famílias terem mudado muito em sua estrutura desde os tempos bíblicos, de fato elas sempre funcionaram da mesma forma básica. No Antigo Testamento a família é um círculo bem mais amplo que  duas gerações se unindo e gerando filhos, pois consiste em todos aqueles que compartilham de um sangue em comum e uma habitação em comum, incluindo os servos e os estrangeiros residentes na casa bem como as pessoas sem pátria, as viúvas e os órfãos que vivem sob a proteção do chefe familiar. Deus fez algo maravilhoso quando criou as famílias.

As famílias devem ser lugares de encorajamento e amor. Abrigos nas tempestades da vida. Deus ama tanto as famílias que criou uma família para o Seu próprio Filho - Jesus Cristo. Deus, em sua onisciência, valoriza o papel da família. E, baseado nisso criou-a para ser o centro do crescimento e desenvolvimento individual e social de cada ser humano, pois é no seio familiar que cada membro tem um papel definido.

A família nuclear é o local onde os filhos principiam o aprendizado de cuidar de si mesmos e dos demais membros da família. É também nela que os pais exercem seu sacerdócio ensinando os seus a conhecerem e se relacionarem com Deus e também a andar com Ele.

Foi o próprio Deus quem inventou a família há milhares de anos e ainda hoje é uma de suas criações favoritas. Entretanto, quer queiramos ou não, quer percebamos ou não, estamos em meio a fogo cruzado, pois Satanás, o arqui-inimigo de Deus está guerreando contra os propósitos divinos, estando a família e seus derivados – casamento, criação dos filhos – sob sua mira, por serem áreas de suma importância. Portanto nossa batalha não se dá na esfera social, mas sim na esfera espiritual.

Cabe a nós conscientizarmo-nos de que céus e terra passarão, mas a Palavra de Deus permanece para sempre e ainda: A Palavra de Deus não depende de nossa aprovação nem de nossa aculturação. O ideal divino para a constituição familiar continua intacto: “...É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher (em casamento), e os dois se tornam uma só pessoa”. (Genesis 2.24 NTLH)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Qual tem sido o seu deserto?

Significado de Deserto
s.m. Região árida, coberta por um manto de areia em que é quase absoluta a ausência de vida.
Adj. Desabitado: ilha deserta.
Vazio, pouco freqüentado; ermo; solitário; abandonado.


A Bíblia nos aponta que Deus esteve, está e para sempre estará no controle de todas as situações e nos conduz rumo à eternidade. O fato é que neste percurso há uma bifurcação na qual todos, sem exceção temos obrigatoriamente de parar e decidir qual o caminho seguir. Um deles leva ao céu, o outro, ao inferno. Ao optarmos pelo primeiro, temos a certeza de que Jesus já trilhou esse caminho e nos promete que caminhará conosco até que completemos a jornada. Mas, se optarmos pelo segundo, a Bíblia diz: “Uma vez que eles (homens) não se importavam em reconhecer Deus, Deus desistiu deles e os deixou por conta própria. A vida deles agora é uma confusão só, um mal que desce ladeira abaixo. Eles tomam à força o que é alheio, são ambiciosos e caluniadores. Cheios de inveja, violência, brigas e trapaças, fizeram da vida um inferno... Pior ainda, premiam quem faz as piores coisas com eficiência” (Romanos 1.28-32).

Em sua primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 10.1-13, Paulo, o apóstolo, nos relembra a história de Israel. Essa história nos revela alguns pontos importantes de observação. Paulo ressalta que a história humana nos serve de fonte de aprendizagem. Depois relembra que estamos em transição. E nessa condição passamos por vales, terríveis desertos, passamos pelo fundo do mar, passamos por águas. Mas, em todas elas, somos guiados e conduzidos milagrosamente, comendo e bebendo a comida e bebida providenciadas diariamente por Deus. E, mais uma informação. Esse percurso é o itinerário traçado por Deus para nos transportar da morte da escravidão para a vida de salvação.

No entanto, Paulo adverte que para aqueles israelitas, experimentar as maravilhas e graça de Deus não pareceu significar muito, porque muitos deles foram vencidos pela tentação no terrível deserto, e Deus não ficou satisfeito. E o resultado de tal insatisfação foi Deus espalhar seus corpos pelo deserto.

Mas não tem que ser assim. Uma vez que a história é para nos ensinar, o que ela ensina é: Precisamos estar atentos para nunca sermos apanhados trilhando um caminho próprio, como eles fizeram. Para não colocarmos o nosso coração em coisas más. Pois, os maus desejos, a murmuração, a carnalidade, os prazeres mundanos e a autoconfiança sempre nos levam à queda. Paulo, o apóstolo, diz aos romanos: “todos pecaram e não são capazes de merecer o louvor de Deus” (Romanos 3.23) e “O que as pessoas merecem com o pecado é a morte...” (Romanos 6.23a). Devido a essa condição devemos buscar pela proteção divina. Clamar pela fidelidade e misericórdia de Deus e nos assegurarmos, pela fé, às promessas de que Ele não nos permitirá sermos tentados além do que podemos suportar e que ao sermos tentados, com a tentação Ele mesmo nos providenciará o escape. Com que finalidade? De sermos capazes de suportá-la.

Esse texto diz que Deus nos proporciona o escape às tentações. Não diz que é Ele quem nos tenta. Tiago, irmão carnal de Jesus, em sua carta escreve: “Ninguém ao ser tentado diga: “Estou sendo tentado por Deus”. Deus não pode ser tentado pelo mal, e Ele mesmo não tenta ninguém. Cada pessoa é tentada ao ser arrastada e atraída pelo engano do seu desejo. Então, tendo sido concebido, o desejo dá a luz o pecado; e, quando o pecado cresce plenamente, dá à luz a morte” (Tiago 1.13-15).  A Bíblia relata episódios nos quais a presunção, o descuido, a negligência, deram ocasião ao pecado. E o pecado levou à degeneração humana, e dessa, à morte.

Adão e Eva. Deus o criou Adão à Sua imagem, conforme à Sua semelhança. Não satisfeito e atento às suas necessidades declarou: “Não é bom que a pessoa fique só...” (Genesis 2.18a) mas, não achou companhia adequada. Por isso: “Deus fez um sono profundo cair sobre a pessoa; e enquanto ele dormia, Deus tirou uma de suas costelas e fechou com carne o local de onde a tirou. Da costela que Deus tirou da pessoa, criou uma pessoa do sexo feminino; e a levou à pessoa do sexo masculino. A pessoa do sexo masculino disse: “até que enfim! Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Ela deve se chamar Mulher, porque foi tirada do Homem”” (Genesis 2.21-23). Fato muito importante nesse texto. A palavra hebraica para homem é ish e a palavra hebraica para mulher é ishah. Ishah é mulher que foi tirada do homem. Razão pela qual o homem deve deixar seu pai e mãe e se unir à sua mulher. Pois aí, ambos se tornarão uma só carne e, mesmo nus, o homem e a mulher não se envergonham.

Mas, logo após esse glorioso episódio, a mulher sai, a serpente se aproxima, começa um longo dialogo, surge a proposta de que seriam iguais a Deus, a tentação aflora e... queda. A mulher come o fruto que lhe fora proibido e dá também ao seu marido. Nessa seqüência há uma avalanche de decadência pois, começaram a se envergonhar de estarem nus. Começaram a querer resolver e solucionar suas necessidades ao seu próprio modo. Ao invés de apresentarem-se a Deus, optaram por esconderem-se. Mas desse momento em diante o homem passou a desvalorizar a mulher. Pois de ishah chamou-na Havah (Eva) que quer dizer vida. Ou, a mãe dos meus filhos. Ou, a mãe dos seres vivos (Genesis 3.20) e essa degradação não parou por aí. Desceu até ao ponto em que Paulo escreveu aos Romanos: “... pessoas que, motivadas por sua injustiça, mantêm a supressão da verdade... apesar de saberem quem Deus é, não o glorificam como Deus, nem lhe agradeceram. Ao contrário, tornaram-se fúteis em seu pensamento; e seu coração obtuso anuviou-se. Alegando-se sábios, tornaram-se tolos!... esta é a razão de Deus lhes ter dado paixões degradantes...” (Romanos 1.18-27).

E a Bíblia segue cheia de maus exemplos:
  • Miriã e Arão (Números 12.1-10): preconceito, inveja, ciúmes, auto-exaltação, prepotência, conchavo contra a liderança de Moisés.
  • Sansão (Juízes 13-16): nascido e separado por Deus para ser Nazireu e libertador do povo de Deus. Era mulherengo, vingativo, adultero, insubordinado.
  • Davi (II Samuel 11): Usou seu poder de Rei para ser indiferente à guerra. Não se ocupou do que era bom. Com a mente desocupada, ocupou-a com a beleza da mulher de Urias: viu, desejou, pediu informações, quis conhecer pessoalmente, se deitou com ela, engravidou-a, tornou-se homicida.
Há muitos outros maus exemplos por toda a Bíblia. Todos de pessoas que cederam à tentação por estarem se sentindo: auto-confiantes, por preferirem a carnalidade e os prazeres mundanos a estarem no centro da vontade de Deus. Por decidirem pelo dialogo com o diabo em lugar de fugirem dele e resistirem-no. E, por negligenciarem o propósito ao qual Deus os tinha chamado.

Mas, há ocasiões em que Deus permite que passemos por diversas e dolorosas provações. Essas têm por objetivo sermos aperfeiçoados na justiça. Possamos fortalecer nossos irmãos e ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus a exemplo do que aconteceu com Pedro, o apóstolo. Jesus lhe disse: “Simão, fique firme! Satanás fez o que pode para separar você de mim, assim como se separa a palha do trigo, mas orei por você em particular, para que você não desanime nem desista. Quando passar por alguma provação, pense em seus companheiros e fortaleça-os” (Lucas 22.21-32) e depois, o próprio Pedro declara: “Mantenham-se sóbrios e alertas! O adversário, o inimigo de vocês, aproxima-se sorrateiramente e, como leão que ruge, procura alguém para devorar. Resistam-lhe, firmes na confiança, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos tipos de sofrimento” (I Pedro 5.8-9). Só mesmo alguém que tenha sofrido pode manter-se confiante e pode confortar e incentivar os demais a permanecerem fieis.

Em geral, quando estamos atravessando um deserto em nossas vidas a pergunta imediata e incessante é: o que fiz de errado? Ou, o que deixei de fazer? Por que estou aqui? Dentro dessa linha de passarmos pelo deserto para que sejamos aperfeiçoados na justiça ou, para que possamos fortalecer nossos irmãos e, ou ainda para que sejamos exemplos para a gloria de Deus, a Bíblia cita outros exemplos:
  • Abel e Caim (Genesis 4.1-8): dois irmãos. Os dois foram ofertar a Deus. Caim apresentou a Deus uma oferta da sua produção. Abel, ao contrário, tirou sua oferta dos primeiros animais nascidos em seu rebanho, carne de primeira qualidade. Resultado, Deus gostou de Abel e sua oferta. Mas Caim e sua oferta não foram aprovados. Conseqüência: Caim ficou irado e matou seu irmão. O que Abel fizera de errado? Nada. Então, por que morreu? Por que Deus permitiu? Ele não estava vendo? Sim. Estava vendo. Abel morreu para nos servir de exemplo de que quando não atendemos a voz de Deus, tal qual Caim: “O pecado está à sua espera, pronto para atacá-lo. Ele o deseja, mas você pode dominá-lo” (Genesis 4.6), nos tornamos homicidas e suicidas.
  • Jó. No primeiro capítulo de seu livro, vemos o próprio Deus dando testemunho dele: justo, orava por si e pelos filhos, caso esses pudessem ter cometido algum pecado... ao final do primeiro capitulo, não tinha mais nada. Estava arrasado. E passou assim por muitos e muitos anos. Por que? Ele mesmo nunca descobriu a razão. Mas uma coisa ele descobriu dessa experiência dolorosa: “Eu tinha ouvido falar de ti com meus ouvidos, mas agora os meus olhos te vêem; portanto, detesto a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5-6).
Não sei em que situação você se encontra. Nem em que ponto do seu deserto. Uma coisa eu sei: se optar andar sozinho, seguindo seu próprio rumo e sorte o destino é morte. Morte eterna. Separação total e eterna de Deus. Por outro lado, se optar por andar com Jesus trago boas noticias: 

“Deus é forte e quer que vocês sejam fortes. Tomem tudo o que o Senhor providenciou para vocês – armas eficazes, feitas com o melhor material. Vocês terão de usá-las para sobreviver às emboscadas do diabo. Não se trata de um jogo com amigos no final de semana, uma diversão esquecida em poucas horas. É um estado de guerra permanente, uma luta de vida ou morte contra o diabo e seus anjos. Estejam preparados. Vocês lutam contra algo muito maior que vocês. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e suplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração” (Efésios 6.10-18).

Que Deus o abençoe!

E veja bem: se julgas estar firme, cuide-se para que não caia! Se está caído e derrotado, Jesus disse: “O Filho do Homem veio para dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45)

Em Cristo,  

Paulo O. Junior


domingo, 22 de maio de 2011

Rebeldia x Obediência

A Bíblia, de livro em livro, de autor a autor é conclusiva no seguinte: Deus é o mesmo ontem. É o mesmo hoje. E, é o mesmo amanhã e para todo o sempre. Em toda a narrativa podemos perceber que Deus sempre agiu em favor de seu povo. Hoje, em pleno século XXI, nós que vivemos na transição entre os séculos XX e XXI, temos ouvido muito sobre o estarmos vivendo a “Era da Graça”.
Pessoalmente, a partir de minha leitura da Palavra de Deus, creio piamente que a Bíblia, como um todo, só trata de expressar a Graça de Deus. Vemos essa graça revelada desde o momento e que Deus deliberou, espontaneamente criar o mundo e tudo o que nele há e decidiu em um “Concilio Celestial” formar o homem. Mas, aí que vem o ápice: resolveu formar o homem à sua imagem, conforme a sua semelhança. Feito isso, deu-lhe o livre arbítrio, deixando-o livre para amá-Lo ou rejeitá-Lo.
Desse momento em diante passou então a mostrar mais graça, pois buscou continua e diuturnamente desenvolver um relacionamento íntimo e pessoal com o homem que criara. Relacionamento esse caracterizado não pelo fato de a criatura se auto-evoluir até ao status de poder ter as condições e as qualificações ideais para que pudesse adquirir os méritos que lhe permitiria aproximar do seu Criador. Ao contrário. Todos os dias era o Criador quem se “rebaixava” e deixava seu trono e vinha até ao homem para poder falar-lhe e ouvir-lhe. Caminhar com. Assentar-se com..., ou seja, relacionar-se pessoal e amigavelmente com a criatura.
Mas a criatura, dotada do livre arbítrio, desde sua formação passou a ter que tomar decisões, pois seriam essas que formariam sua história. Assim sendo, em seu primeiro dilema entre obediência e rebeldia, optou pela rebeldia. Resolveu que não bastava ser apenas amigo de Deus e uma vez que era “livre”, decidiu duvidar do seu Criador e amigo íntimo, para dar ouvidos àquele que só queria ver essa harmonia desfeita. Logo, tendo sido tentado, interessou-se pela proposta de “ser igual a Deus”, cedendo assim à tentação. O resultado? Condenou-se a si mesmo e consigo toda a raça humana.
Fico pensando que Deus, em sua onipotência, poderia fulminar sua criatura. E estaria em seu total direito. Ou, poderia exercer todo o seu poder e forçar o homem a amá-Lo. Mas não. Deus, o Criador, é amor. Repito: Deus é amor. Ele não tem amor. Ele não age com amor. Ele não tem atitudes de amor. Não. Ele é o próprio amor. E, sendo amor, o que Ele podia fazer por sua criatura? Demonstrar amor.
Assim, ao invés de punir, decidiu por agir com tão grande graça e misericórdia. Essa graça levou-o a tirá-lo do Jardim do Édem, para que agora, em pecado e conhecedor do bem e do mal, não comece o fruto da árvore da vida e vivesse eternamente nessa condição: a de pecador.
Assim, a partir desse fatídico episódio, vemos o seguinte ciclo: Deus manifesta seu amor incondicional e o homem se rebela rejeitando-o. Deus busca ter um relacionamento íntimo e pessoal com o homem e o homem evita-O e busca para si outros deuses e faz de si mesmo um deus. Deus diz: entregue a mim os seus caminhos e cuidados, mas o homem busca “parcerias” entre os inimigos de Deus: bruxarias, idolatrias, feitiçarias, luxurias, roubos, assaltos, assassinatos...
Mas, graças a Deus, que é longânimo e riquíssimo em nos perdoar, não leva em conta nossos atos de loucura. Mais ainda, Ele nunca desiste de nós e é nisso que podemos e precisamos nos agarrar. Como diz o profeta Jeremias: “... mas há outra coisa que lembro e ao lembrar, continuo agarrado à esperança: o amor leal do Eterno não pode ter acabado. Seu amor misericordioso não pode ter secado. Eles são renovados a cada manhã. Como é grande a tua fidelidade! Eu me apego ao Eterno (digo e repito). Ele é tudo que me restou” (Lamentações 3.22-24). O próprio Deus diz, através do profeta: “Clame a mim e eu responderei e lhe anunciarei coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jeremias 33.3). E diz mais: “Sei o que estou fazendo. Já planejei tudo, e o plano agora é cuidar de vocês! Não os abandonarei. Meu plano é dar a vocês o futuro pelo qual anseiam” (Jeremias 29.11).
Veja bem: Deus nos convida à obediência. E obedecer é confiar em seu amor e em seus planos para cada um de nós. É nos render, declarando nossa derrota, diante de seu imenso amor. É confessarmos que nós mesmos, pelas nossas próprias forças, no máximo, seremos pessoas bem intencionadas. O contrário disso, o próprio Deus chama: Rebeldia.
O profeta Isaias, registrou assim as palavras de Deus: “Ai dos filhos rebeldes! É o decreto do Eterno. Vocês fazem planos, mas não são meus planos. Vocês fazem negócios, mas não pelo meu Espírito. Vocês amontoam pecados, um pecado sobre o outro. Vão para o Egito e nem me consultam. Correm para buscar a proteção do faraó, esperando encontrar esconderijo no Egito. Bem, alguma proteção o faraó vai oferecer... eles se mostram grandes e importantes... quem for tolo o bastante para confiar neles logo perceberá sua tolice. É tudo blefe, não há consistência, uma farsa constrangedora” (Isaias 30. 1-5).
Confiar em Deus e obedecê-lo gera a sensação de impotência. Buscar fazer as coisas com as próprias mãos, gera a sensação de poder, controle e isso leva ao orgulho pessoal. Besteira. Jesus disse que quem quisesse ganhar sua vida, iria perdê-la. E Pedro, o apostolo, é categórico: “...Deus é contra os orgulhos, mas tem prazer em pessoas simples. Portanto, contentem-se com o que são e não empinem o nariz. A mão de Deus é forte e está sobre vocês. Ele os exaltará no tempo certo. Vivam livres de preocupação na presença de Deus: Ele toma conta de vocês” (I Pedro 5.5-7).
Não há nada que possamos fazer para salvarmo-nos a nós mesmo. E, qualquer coisa que façamos constitui em presunção e rebeldia. Paulo, o apóstolo, é enfático quando escreve aos Efésios ao afirmar: “Agora Deus nos tem onde sempre quis. Tanto neste mundo como no próximo, Ele (Deus) quis derramar sobre nós graça e bondade, em Cristo Jesus. A salvação foi idéia e obra d’Ele. Nossa parte em tudo isso é apenas confiar n’Ele o bastante para permitir que Ele aja em nossa vida. É um imenso presente de Deus! Não somos protagonistas nessa história. Se fosse o caso, andaríamos por aí nos vangloriando do que fizemos. Não! Nada fizemos, nem nos salvamos. Deus fez tudo e nos salva. Ele criou cada um de nós por meio de Cristo Jesus...” (Efésios 2.7-10).
Há um ditado popular que diz: “Manda quem pode. Obedece quem tem juízo”. Então, você decide: obedecer ou rebelar-se?
Permita-me um conselho: Obedeça. Sabe por quê? “...a rebeldia é como o pecado da feitiçaria...” (I Samuel 15.23), mas a obediência... ah! Essa sim agrada a Deus! E, uma vez estando alegre Ele diz: “Sejam fortes. Sejam corajosos. Não se deixem intimidar... porque o Eterno, o seu Deus, está, a passos largos, à frente de vocês. Ele está no meio de vocês: não os deixará nem os abandonará” (Deuteronômio 31.6). E, se não bastasse, o salmista nos desafia: “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie n’Ele, e Ele agirá” (Salmos 37.4-5).
Em Cristo,
Paulo O. Junior